Nesta última sexta-feira (10), a delegada Ana Carolina Abreu titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), relatou durante uma coletiva de imprensa mais informações sobre as investigações no caso da criança Carla Emanuelly Miranda Correia, que foi estuprada e morta pelo padrasto com a participação da mãe em Parauapebas.
Durante a coletiva a delegada contou mais detalhes sobre o crime e como era a vida da criança na casa onde morava com os seus agressores, Deyvyd Renato Oliveira Brito, 31 anos seu padrasto e a mãe Irislene da Silva Miranda, 28 anos.

Deyvyd e Irislene fazem parte de um mundo maligno e costumavam realizar rituais satânicos em sua própria casa, na Rua Axixá, Bairro Liberdade II. Deyvyd era foragido da cidade de Icoaraci, região Metropolitana de Belém, onde de acordo com informações lá ele também estuprou uma criança no local onde realizava rituais ocultos. Depois desse crime, ele e Irislene fugiram para Parauapebas, onde estavam há quatro meses, e seguiram praticando os rituais envolvendo a criança.
Depoimentos dos vizinhos do casal confirmaram as suspeitas da polícia sobre as agressões diárias e a provável frequência em que a menina era violentada sexualmente. “O laudo médico apontou lesões antigas e recentes no ânus e vagina da criança”, confirmou a delegada. Vizinhos relataram que todos os dias a criança aparecia com novos ferimentos e hematomas pelo corpo e o casal sempre dava a mesma desculpa, dizendo que a menina tinha caído da cama.
“Os vizinhos relataram também que a criança era obrigada a participar dos rituais macabros e, que inclusive, foi vista de madrugada sendo levada por eles para uma mata, junto com uma sacola preta. Esses vizinhos ainda seguiram o casal por um tempo, mas ficaram com medo e voltaram. Os vizinhos disseram que tinham medo do casal”, detalhou Ana Carolina.
Ainda de acordo com a delegada, as testemunhas relataram que a criança era muito assustada e tinha pavor do padrasto. “Toda vez que Deyvyd se dirigia a criança, ela se encolhia e ficava introspectiva, demonstrando ter pavor dele”, relatou.
Na residência do casal foi encontrado diversos objetos do mundo espiritual de candomblé e outras entidades, ossos humano, um crânio humano, além de utensílios usados para oferendas malignas. Com o início das investigações, o cenário de terror vivido diariamente pela inocente criança foi sendo desvendado.
Na coleta de provas feitas na casa, os policiais encontraram no varal uma calcinha da criança suja de sangue recente na região anal, assim como havia marcas de sangue no virol da cama e no colchão.
Os laudos de necropsia apontam que Carla Emanuelly, morreu de traumatismo crânio-encefálico, causados por pancadas. A perita do IML relatou que ao fazer a necropsia encontrou novas lesões que não estavam aparentes do corpo dela. Os exames de necropsia também comprovaram que a bebê era estuprada por copula anal e com introdução, provavelmente pelo dedo, na vagina.
Irsilene, que foi indiciada até agora como coautora do feminicídio da própria filha, será transferida para a carceragem feminina de Marabá. Ana Carolina diz que não há dúvidas que ela participou da morte bárbara da filha. Quanto a Deyvyd, as investigações também seguem sobre o caso de Icoaraci.
“Estamos coletando provas para saber se eles ofertavam essa criança nos rituais religiosos que praticavam e por que batiam tanto em um bebê de apenas um ano e oito meses”, frisa a delegada, detalhando que também estão apurando por que a mãe permitia essa agressão e se ela também participava das cenas macabras e de tortura do bebê.
Texto: Clara Antunes – Portal PBS com informações Correio de Carajás.
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