No final da década de 60, pesquisadores descobriram a maior reserva mineral do mundo em Carajás, no então município de Marabá. Após alguns anos, o governo federal concedeu à Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), hoje chamada apenas de Vale, o direito de explorar minério de ferro, ouro e manganês no local, antes habitada por índios Xikrins do Cateté.
Em 1981, deu-se início à implantação do Projeto “Ferro Carajás”, quando então, no vale do rio Parauapebas, começou a ser construída a Vila de Parauapebas. A notícia da construção do povoado de Parauapebas provocou um intenso deslocamento de pessoas para a área.
Em pouco tempo, o povoado do Rio Verde, apesar das condições inferiores em relação aos padrões do núcleo urbano projetado em Carajás, cresceu descontroladamente. O movimento comercial também ocorreu rapidamente, na área onde hoje é o bairro Rio Verde. A vila que havia sido projetada para atender até 5 mil habitantes, segundo dados do IBGE, já estava com cerca de 20 mil pessoas.
Os 165 quilômetros de poeira e buracos ligando Marabá à então vila de Parauapebas foram o caminho por onde chegaram os primeiros imigrantes. Gente de todo o país, atraída pela grande oferta de trabalho e esperança de riqueza fácil. Chegaram fazendeiros, madeireiros, garimpeiros e pessoas recrutadas para trabalhar no Projeto Ferro Carajás.
Próximo à rodovia PA-275 começaram a surgir as construções das primeiras casas e barracas, dando início ao povoado de Rio Verde, que mais tarde se tornaria um dos maiores bairros da cidade.
A EVOLUÇÃO
O município de Marabá, que administrava o povoado de Rio Verde e a estatal CVRD, construíram um núcleo urbano ao lado do povoado para abrigar os funcionários que iriam trabalhar nas obras da Estrada de Ferro Carajás, que ligaria o Pará ao Maranhão. A empresa iniciou ainda as construções da escola Euclides Figueiredo, delegacia de polícia, hospital municipal, prédio da prefeitura e a instalação de rede elétrica.
Em 1983, o então Grupo Executivo das Terras do Araguaia-Tocantins (Getat) distribuiu lotes agrícolas e usou máquinas para abrir as ruas do Rio Verde, onde o comércio já era bastante numeroso e então no ano de 1984, garimpeiros de Serra Pelada invadiram o povoado para obrigar o governo a lhes dar o direito de explorar o ouro da Serra Pelada.
No ano seguinte, deu-se início à luta pela emancipação política da vila mas Parauapebas só teve autonomia administrativa depois de quatro anos de movimentos favoráveis ao desligamento político de Marabá. A vila, por meio de plebiscito, tornou-se município a partir da Lei Estadual nº 5.443/88, de 10 de maio de 1988 e entre esse período, o então presidente da República, José Sarney, inaugurou a Estrada de Ferro Carajás. A partir daí o trem passou a trazer pessoas de todos os estados para a região, formando Parauapebas.
Com a emancipação, no ano de 1989 a cidade teve sua primeira eleição para prefeito.
O CRESCIMENTO DESENFREADO
De 1981 a 2004, a população de Parauapebas cresceu mais de 10 vezes, chegando ao número de 110 mil habitantes. O número de eleitores cresceu 2,7 vezes entres os anos de 1989 e 2004, passando de 23.733 para 63.496 eleitores, uma média de crescimento anual de 6,8%.
Se comparado às taxas médias de crescimento anual da população ao nível Brasil, Pará e Parauapebas, no período de 2001 a 2004 se observa que o município cresceu 8,9%, mais do que o país e o estado, que ficaram com as marcas de 1,3% e 2,0%, respectivamente.
São muitas as causas que fazem de Parauapebas este polo de atração populacional: a exploração mineral de ferro, ouro, manganês e cobre; o processo de colonização e reforma agrária e a baixa qualidade de vida das regiões vizinhas.
Em maio de 2019, Parauapebas completa 31 anos. Uma cidade jovem que durante todos estes anos teve um grande desenvolvimento tornando-se um dos municípios mais importantes do estado do Pará.
Atualmente, a cidade é composta por pessoas vindas de diferentes partes do Brasil, como maranhenses, goianos, tocantinenses, mineiros, gaúchos, paulistas, capixabas etc., que migraram para a região em busca de trabalho e de uma vida melhor. O desenvolvimento de Parauapebas acontece, principalmente, após a separação política de Marabá.
OS PIONEIROS
Liderado por pioneiros como o administrador Francisco Brito, Evaldo da Opção, Walmir da Trans-rodovia, Mudubin, Dr. Wolner, Zé Nunes, Valdir Flausino, Márcio Dalfert, Manoel do Baratão e mais 20 pessoas, o movimento de independência alegava que, apesar de todos os impostos gerados pela extração do minério e comércio local serem recolhidos por Marabá, o lugar estava abandonado tendo sido emancipado após 4 anos de lutas políticas através da Lei nº 9.443/88.
Irenildes Soares Barata também foi testemunha do plebiscito. Ela lembra que esse dia foi maravilhoso. “A eleição foi no Euclides Figueiredo. Todo mundo vinha votar naquela alegria, naquela empolgação e as pessoas votavam pelo ‘Sim’. O curioso é que algumas delas votavam várias vezes, pois não havia muita rigidez na fiscalização, e quando foi no dia 10 de maio de 1988 o município foi emancipado”.
Segundo ainda Irenildes, a entrega oficial do município aconteceu no pátio da escola. Os representantes políticos de Marabá e de Parauapebas acertaram que a partir daquele dia, todo funcionário da Prefeitura de Marabá que prestava serviço em Parauapebas seria automaticamente incorporado ao quadro da prefeitura do novo município.
Em 1988, aconteceu também a primeira eleição direta do município. Nela concorreram Faisal Salmen e Dr. Wolner. O médico Faisal Salmen foi o vencedor da disputa, dando início à administração municipal, sucedida por Chico das Cortinas, Isabel Mesquita (dois mandatos consecutivos), Darci Lermen (também dois mandatos consecutivos), Valmir Mariano, e novamente Darci Lermen.
Parauapebas é hoje um município com mais de 200 mil habitantes. Comemorando seus 30 anos de idade, a cidade comporta um número fantástico de empresas, sendo que em meio destas está a tão grandiosa VALE, maior mineradora do país.
O comércio local continua a se expandir. A rede hoteleira não perde para as grandes cidades e uma extensa área verde em volta da cidade completa o “pacotão” do município. São 411.948,87 hectares de Floresta Nacional (Flona) de Carajás protegidos pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), onde se encontram as jazidas de minério, o Parque Zoobotânico e parte dos projetos da Vale.
E assim é Parauapebas, um lugar hospitaleiro, tranquilo, otimista e alegre que a cada dia confirma a certeza de que o progresso da região passa por aqui e GRANDES LUGARES MERECEM GRANDES HOMENAGENS, ASSIM NOSSA EQUIPE LHE DÁ OS PARABÉNS PARAUAPEBAS.
Reportagem: Rodrigo Melo
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